sexta-feira, agosto 18, 2006

Notas íntimas (2)

A segunda recordação data da segunda guerra do Golfo, no tempo do reinado de Clinton. Sim, existiu uma guerra por esta altura, não um mero arrufo, mas uma série de bombardeamentos que duraram semanas até destruir as instalações que supostamente produziriam armas de destruição maciça. Curioso na altura ninguém ter colocado grandes dúvidas que o Iraque andasse mesmo a produzir tais armas. Mas havia quem protestasse. Talvez o exemplo mais marcante desse protesto tenha acontecido num programa de televisão, onde uma banda actuou (penso que se chamava Despe e Siga) e o líder tinha uma trança isolada especialmente ridícula. Alguém lhe perguntou o porquê daquela trança e de forma eloquente o jovem disse que representava um protesto contra a guerra e contra os americanos. E foi este o paroxismo do movimento pacifista da altura. Não conseguia perceber porque razão agora as pessoas até eram mais tolerantes em relação aos americanos, até porque agora estavam quase sozinhos, enquanto na primeira guerra tinham sido mais críticos quando estes estavam acompanhados. Continuava a ser terrivelmente ingénuo. Esta segunda guerra tornou-se tabu e foi apagada do imaginário colectivo.

MC
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