Criação de um “Think Tanks” liberal em Portugal
Alguns liberais sentem que o momento chegou para adquirir mais visibilidade. Vejamos o que já foi feito em relação a isso e o que se poderá fazer. Sem qualquer margem para dúvida, o maior fórum de discussão liberal acontece nos blogs. A imprensa escrita já foi “contaminada” e actualmente alguns bloggers liberais escrevem para jornais e revistas e nos jornais são hoje banais artigos impensáveis até há poucos anos.
Contudo, há quem ache necessária uma visibilidade maior, o que pode sugerir a criação de um partido liberal. Mas os contras são muitos, a própria ideia de um partido que, por definição, luta pela conquista de poder, nunca poderá ser liberal. As próprias ideias liberais são muitas vezes não intuitivas, pelo que a melhor estratégia poderia ser a de ir influenciando aos poucos outros partidos, as elites e o povo em geral.
Mas como fazer isso? A frente “bloguista” é importante mas com uma influência limitada. Associações como a Causa Liberal, interessantes e meritórias, parecem mais vocacionadas para objectivos intemporais e para promoção da discussão interna. Parece-me óbvio que a criação de um think tanks com vocação liberal seria actualmente a melhor opção.
Este think tanks devia ter como áreas de estudo a filosofia política, a economia e o ambiente. São três áreas onde reinam os mitos esquerdistas, que tem causado graves prejuizos. Outros think tanks, como o Cato Intitute ou o Mises Intitute, para além de serem completamente desconhecidos por cá, não estão adaptados à realidade portuguesa. É necessário trabalhar com os factos, números, História e mentalidade de Portugal. Que o output seja algo que os jornais escritos e televisivos não achem demasiado abstracto para divulgar. E em língua portuguesa.
Parece-me haver massa crítica suficiente em Portugal para a criação de um instituto assim. Penso que há muita gente saturada da pouca-vergonha que é a desonestidade permanente que reina nas matérias políticas, económicas e ambientais são postas e gostaria de contrariar isso. A questão mais delicada é o financiamento. Por princípio, o financiamento estatal devia ser recusado terminantemente. Mas não é de esperar da classe empresarial um grande entusiasmo.
Apesar dos empresários portugueses repudiarem as dicotomias marxistas, em geral tem apreço pelo modelo do “Estado Generoso”. Veja-se que o Compromisso Portugal é um projecto que se preocupa muito em manter os centros de decisão nacionais e alguns dos seus membros se apressam a dizer que não são neo-liberais. Curiosamente, a Wikipedia identifica o Compromisso Portugal como um think tanks. Mas é necessário algo com outro nível de seriedade e coragem. Os bloggers já mostraram que conseguem trabalhar muito de graça. Resta que abdiquem um pouco da sua liberdade e se entreguem a um projecto um pouco mais organizado e objectivo.
Nota: Não avanço com esta ideia com a esperança de poder participar no projecto, uma vez que não tenho formação em nenhuma das áreas indicadas.
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