quarta-feira, dezembro 22, 2004

A solução Portugal II

É do senso comum, apesar de não ser prática comum, que os melhores pais não são os que providenciam todos os desejos aos filhos e que um bom ralhete poderá ter efeitos muito benéficos. Portugal, em relação à União Europeia, podia dizer o mesmo. Talvez tenhamos mais a agradecer os ralhetes da União Europeia em relação ao défice que os dinheiros fáceis que nos foram oferecidos. Infelizmente, tivemos pouca habilidade em aproveitar o melhor que a União Europeia tem (mercado livre), preferindo estruturar antes a nossa preguiça e mediocridade com os fundos comunitários.

A UE não está em condições de aparar os disparates lusos, com a entrada de novos membros, o preço do petróleo e a fraca dinâmica da economia internacional. Mesmo se tivesse condições, talvez não o devesse fazer, mas o facto é que não tem. Portugal está entregue a si. Temos que agradecer à União europeia o facto de nos ter avisado, sobretudo de ter chamado à atenção que em certos aspectos estamos no vermelho, como o défice. Mas daqui para a frente é apenas connosco. E Iremos ver se temos solução para nós mesmos.

Penso que quase tudo se pode reduzir a dois pontos. Diminuir a despesa e dinamizar a economia. Isto inclui tudo, saúde, educação, justiça. A economia, que hoje é essencialmente privada, não pode se desenvolver com as amarras que o Estado lhe coloca (por ser ineficiente, ter má justiça, distorcer mercados, cobrar demasiados impostos, etc.). Portanto, quase tudo se pode resumir à redução da despesa pública como o essencial.

Contudo, a despesa pública é essencialmente fixa, o que quer dizer que só é possível diminui-la despedindo e saindo o Estado de várias áreas onde agora detém o monopólio ou uma participação importante. Mas isto não é conversa de neo-liberal? Bem, é por aqui que tudo começa a não se desenvolver.

MC
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