terça-feira, dezembro 14, 2004

Direita e esquerda – E o futuro?

Finalizo agora a série de post sobre direita e esquerda. Esta série de posts é marcadamente pessoal. É certo que não entram em grandes intimidades, e pouco revelam do que faço e do que sou. Não dou a conhecer estas mutações que se deram em mim com um sentido evangelizador, de tentar que outros sigam as minhas passadas. Porque sei que não há duas pessoas que sigam o mesmo caminho, nem tão pouco tenho a convicção que sigo para algum local digno de imitação. Tudo se resume a uma questão de expressão da minha liberdade. A fragilidade da liberdade é imensa, apesar de ser uma palavra tão estimada em discursos. Não sei por quanto mais tempo poderei falar num Portugal livre. Não quero ser apocalíptico, mas acho inquietante todos darem a liberdade como algo adquirido para todo o sempre, ao mesmo tempo que o respeito na prática por a liberdade de cada um diminui. O barco afunda e já todos temos os pés molhados, mas ainda assim não nos cansamos de elogiar a robustez da nossa embarcação.

Aquilo que faço com a minha liberdade é assunto que, em geral, não tem sentido tornar público. Ou por não ter qualquer interesse para os leitores, ou por pudor ou por simples bom senso, ficará para outras esferas. Contudo, neste blog penso que tem algum sentido exprimir como uso um pouco da minha liberdade em relações a questões políticas. Nem que seja para explicar que longe estou de filiações partidárias e de simpatias enraizadas por motivos inexplicáveis. Antes de tudo, é um processo exploratório que conduz frequentemente a caminhos difíceis e sem esperança, mas também a outros aliciantes e desafiantes.

Como se costuma dizer que não há caminhos mas apenas o caminhar, como tal sinto-me muito mais impelido a descobrir do que aderir. O futuro não é optar por direita ou esquerda. Muito fácil é hoje em dia através da net reunir milhares de páginas que nos explicam o que é o liberalismo, comunismo, socialismo, anarquismo, fascismo, social democracia, democracia cristã, com todas as suas múltiplas correntes e variantes. Mais do que papaguear slogans sobre estas ideologias, prefiro descobrir por mim o que dizem.

MC
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