As minhas desilusões com a esquerda I
Começo aqui uma série de posts sobre direita e esquerda...
Nunca votei. Sempre que digo isto alguém me critica, porque pior que ser de esquerda ou de direita, é não exercer o seu direito de voto. Contudo, se tivesse votado, até ás últimas eleições, seria sempre na esquerda. Apesar de nunca me ter identificado completamente com nenhum partido à esquerda, sempre achei que era aqui que estavam as posições correctas. Mas este é um achar que se formou em mim por contágio, uma vez que todas as pessoas à minha volta eram inegavelmente de esquerda. E fui durante muitos anos arrastado por uma leve pertença de grupo, apesar de nunca me ter alinhado.
Contudo, não deixava de ser crítico. Achava que as esquerdas mais extremistas (PCP; PSR, BE, etc,) eram bem intencionadas, mas ingénuas. Sujeitos porreiros desde que na oposição. Já sobre o PS via-lhes uma certa incapacidade governativa. O seu grande mal no poder era cederem a impulsos de direita, ditados pelas forças de mercado. Durão Barroso na oposição tinha prestações miseráveis, o que mostrava não existir alternativa. E a nível internacional, bem sabia das atrocidades que ditaduras de extrema esquerda tinham causado ao longo do século XX.
Contudo, os anos foram passando e fui desenvolvendo opiniões políticas (e algumas económicas) independentemente do que diziam partidos. E descobri que não era de esquerda... Não me colocava isso imediatamente no lado da direita, mas antes num terreno incerto, de dúvida mas não de desorientação. Mas as minhas desilusões sobre a esquerda agudizaram-se quando comecei a ser mais atento à política internacional, como irei adiantar nos próximos textos.
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