sexta-feira, março 23, 2007

O papel da comunicação social

Em muitas democracias já se admitiu que é irrealista esperar imparcialidade da comunicação social, por isso jornais e canais de TV fazem as suas declarações de apoio ou repúdio atempadamente. Os jornalistas portugueses descobriram algo muito mais interessante: A forma mais eficaz de fazer propaganda consiste em alardear os valores do rigor, da isenção e da imparcialidade com tanto o mais vigor que aquele que utilizam na sua corrupção. Mentir, encobrir, falsificar a realidade, ao mesmo tempo que nos garantem que é extremamente difícil o trabalho jornalístico da procura dos factos e da análise objectiva. Tão difícil que nem o tentam fazer.

O que é a imparcialidade para um jornalista? É atacar os inimigos políticos empolando ao máximo qualquer rumor, acção que justificam pelo direito dos portugueses à informação. Mas é também ocultar qualquer evidência contra os seus protegidos políticos, alegando o dever de seriedade e, logo, o não alimentar boatos sem a devida justificação. Desta forma a comunicação social fez um enorme alarido sobre qualquer banalidade do governo de Santana Lopes, ao passo que insiste em omitir a prodigiosa sequência de trapalhadas do executivo de José Sócrates. E temos o destaque de capa de jornal e notícia de abertura do telejornal quando o assunto é o aquecimento global de origem humana e o silêncio absoluto sobre os estudos e documentários que tem uma postura céptica sobre o assunto. E sempre que se fala dos EUA, de Israel ou da Igreja Católica, a lógica é apresentá-los da forma mais negativa possível.

Se a comunicação social fizesse este trabalho sempre da mesma forma em relação a todos os assuntos, pela omissão ou pela maledicência acrítica, podia ser acusada de incompetência ou de estupidez elementar. Contudo, o plano que seguem não é aleatório, tem objectivos bem definidos e consequências previsíveis. Aquilo que chamamos de opinião pública mais não é que o resultado da adulteração dos factos pelos media.
MC

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