sexta-feira, janeiro 07, 2005

Campanha eleitoral I

Se fosse Sócrates ou Santana Lopes acho que tinha apenas duas opções: Tentar perder as eleições para não enfrentar a verdade; Perder as eleições por dizer a verdade.

A primeira opção é temporal. Ganhar as eleições por uma questão de ter o poder. Com o poder pode-se tentar fazer coisas (criar, gerir ou distribuir), mas também se é alvo de escárnio permanente. Como estamos numa situação quase limite, as possibilidades de fazer algo construtivo são poucas e ninguém quer estar associado ao governo sobre o qual o país abriu banca rota. Por isso, pode ser tentador querer perder e ficar confortáveis na oposição a fazer o papel de santos.

A segunda opção prende-se com dizer a verdade. E a verdade, começando pelo início, é clara. O estado natural de um agregado de pessoas é a pobreza, a miséria e a difícil sobrevivência. Apenas reunidas condições se pode progredir. A segunda parte da verdade é que Portugal não tem condições para manter o actual nível de vida. Como tal, tende para o estado natural, ou seja, a pobreza. Vamos ser pobres, diz o político honesto...

MC
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