Educação e obscurantismo
Nesta problemática da colocação dos professores há um ponto de vista que tem sido esquecido, que é o dos alunos. Tem-se o problema exterior: O que vão fazer os pais com os filhos? (parece que se trata de mercadoria.) Haverá alunos radiantes por mais uns tempos de férias e outros que estarão em situações mais complicadas. Mas esta é uma altura em que muitos alunos estarão atentos sem darem mostras disso. Atenção ao circo mediático, ministério, sindicatos, professores que choram na televisão. Disto retirarão algumas conclusões. Mesmo antes de começarem as aulas, já terá começado a educação para o obscurantismo.
Vejamos. Os alunos têm poucas referências e a escola ainda pode ser uma delas. Por cima da escola existe ministério, que os alunos vagamente se aperceberão que manda nas escolas e lhes impõe determinadas coisas. O ministério falhou gravemente (mesmo que as culpas não lhe possam ser imputadas directamente), o que quer dá a mensagem das instituições não funcionarem. Mas depois há outros elementos. Inúmeros professores aparecem em reportagens, alguns em situações complicadas, outros nem tanto. Falam de si. Raramente referem os alunos, que verão nisto uma manifestação de egoísmo.
Mas há coisas mais subtis. Muitos alunos confiam nos adultos, especialmente os que aparecem na TV, e com eles tentam aprender, mas que retirarão eles daqui? Um governo que promete e não cumpre, uma oposição que pega no ínfimo pormenor e depois o tenta fazer passar por uma calamidade (calamidade há, mas quando tudo se faz passar por calamidade perde-se a distinção entre o essencial e o acessório). Fiquei horrivelmente sensibilizado pela reacção de alguns sindicatos à comunicação da ministra em voltar ao método manual. Eles já sabiam que teria de ser assim, há muito tempo. Defendem eles que os métodos informáticos são errados por natureza? Que a informática não funciona? Não pode ser, milhares de sistemas informáticos existem lidando com problemas de muito maior envergadura por esse mundo fora sem problemas. Esta futurologia vem do tarot, de alguma bola de cristal, da interpretação das borras do café do fundo de alguma chávena? Não acredito que professores acreditem nestas coisas. Terão os sindicatos tanta segurança no falhanço da informática por terem informações seguras de sabotagem do sistema, talvez por próprios elementos de sua dependência? Ou é apenas uma declaração irresponsável, um marcar de posição numa luta de poderes entre instituições, tentando condicionar futuras decisões a seu favor?
Vejamos. Os alunos têm poucas referências e a escola ainda pode ser uma delas. Por cima da escola existe ministério, que os alunos vagamente se aperceberão que manda nas escolas e lhes impõe determinadas coisas. O ministério falhou gravemente (mesmo que as culpas não lhe possam ser imputadas directamente), o que quer dá a mensagem das instituições não funcionarem. Mas depois há outros elementos. Inúmeros professores aparecem em reportagens, alguns em situações complicadas, outros nem tanto. Falam de si. Raramente referem os alunos, que verão nisto uma manifestação de egoísmo.
Mas há coisas mais subtis. Muitos alunos confiam nos adultos, especialmente os que aparecem na TV, e com eles tentam aprender, mas que retirarão eles daqui? Um governo que promete e não cumpre, uma oposição que pega no ínfimo pormenor e depois o tenta fazer passar por uma calamidade (calamidade há, mas quando tudo se faz passar por calamidade perde-se a distinção entre o essencial e o acessório). Fiquei horrivelmente sensibilizado pela reacção de alguns sindicatos à comunicação da ministra em voltar ao método manual. Eles já sabiam que teria de ser assim, há muito tempo. Defendem eles que os métodos informáticos são errados por natureza? Que a informática não funciona? Não pode ser, milhares de sistemas informáticos existem lidando com problemas de muito maior envergadura por esse mundo fora sem problemas. Esta futurologia vem do tarot, de alguma bola de cristal, da interpretação das borras do café do fundo de alguma chávena? Não acredito que professores acreditem nestas coisas. Terão os sindicatos tanta segurança no falhanço da informática por terem informações seguras de sabotagem do sistema, talvez por próprios elementos de sua dependência? Ou é apenas uma declaração irresponsável, um marcar de posição numa luta de poderes entre instituições, tentando condicionar futuras decisões a seu favor?
Seja lá como for, os alunos vêm apenas pessoas fracas e mesquinhas discutirem coisas que dificilmente compreenderão. Precisamente são as pessoas ligadas à educação que dão este triste espectáculo. Que belo exemplo para os alunos...
MC
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