O novo moralista (4)
O novo moralista ainda não foi desmascarado face à generalidade da opinião pública. Em grupos restritos, e aí os blogs são um bom exemplo, todos os pontos exprimidos pelo novo moralista já foram analisados e a fraqueza dos seus argumentos, quando não falsidade, exposta. Tentarei dar aqui um pequeno resumo, que não será demonstrativo. Quem quiser saber mais não terá dificuldade em encontrar mais informações sobre o assunto à distância um clicar de um dedo no rato (ou vários...).
Começo pelos chamados problemas apontados pelos novos moralistas. Tal como os moralistas de antanho, alguns problemas que apontam são reais, outros não. Para mim, são graves problemas a pobreza e a não equanimidade de oportunidades. Contudo, as tão faladas desigualdades sociais, por si só, não me parecem ser um problema. A fórmula tantas vezes repisada dos “ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”, dá a entender que os ricos só ficam ricos por explorarem os pobres. Quando isto assim acontece, é de facto revoltante. Contudo, onde estão as provas que isso é assim? Não haverá outras formas de enriquecer? Não se está a querer fazer de situações excepcionais a regra? A hipocrisia do novo moralista também se vê por, nos países que seguem ideologias que mais lhe agradam, acaba-se por cair em sistemas de servidão.
O corolário desta afirmação é que os pobres só são pobres porque são explorados pelos ricos. Contudo, não é difícil perceber que os mais pobres de todos não são explorados por ninguém. A tal exploração, que por vezes roça o trabalho escravo (é preciso admitir), mesmo assim conduz a um incremento da qualidade de vida sem paralelo, e é por isso que não há falta de trabalhadores nos países em vias de desenvolvimento para esta “escravidão”. Mas não haverá outras razões para a pobreza? Não contribuirão factores como fracas instituições, corrupção, falta de qualificações profissionais, lutas fratricidas, doenças tropicais, difíceis condições climatéricas, proteccionismo de países desenvolvidos?
O novo moralista não hesita em afirmar que a tal “exploração do homem pelo homem” é uma característica inerente ao sistema. Acusa, portanto, o capitalismo selvagem, a economia de mercado e as soluções neo-liberais. O novo moralista tornou palavras como capitalismo e neo-liberal em adjectivos, naturalmente insultuosos. É semelhante ao felatio e ao cunnilingus que o antigo moralista considerava aberrantes.
O novo moralista faz fé que a generalidade das pessoas nunca vá tentar descobrir o que são estas coisas, porque supõe (e talvez tenha razão) que basta repetir tantas vezes que são coisas más que as pessoas, por repulsa, nem irão querer saber mais. Por isso, o novo moralista diz que o capitalismo é mau porque causa pobreza, desigualdades sociais, etc. mas nunca explica como isso acontece, nem cita nunca autores liberais, nem tenta rebater os seus argumentos. Na verdade, a discussão de ideias não lhes interessa, apenas a demonização sumária.
(Cont.)
MC
1 Comments:
Tem sido impossivel, aceder a este e outros blogs. E, muito menos, deixar comentários.
"O novo moralista faz fé que a generalidade das pessoas nunca vá tentar descobrir o que são estas coisas, porque supõe (e talvez tenha razão) que basta repetir tantas vezes que são coisas más que as pessoas, por repulsa, nem irão querer saber mais. Por isso, o novo moralista diz que o capitalismo é mau porque causa pobreza, desigualdades sociais, etc. mas nunca explica como isso acontece, nem cita nunca autores liberais, nem tenta rebater os seus argumentos. Na verdade, a discussão de ideias não lhes interessa, apenas a demonização sumária."
Depois destas palavras que mais posso dizer? Elas encerram tudo aquilo que eu poderia dizer...
Eles andam aí... e, acham que o mundo é deles...
Abraço :-)
http://eternamentemenina.blogs.sapo.pt/
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