O que vamos comemorar?
FESTA DA MÚSICA NO CCB
Lá estarei amanhã. Pena só ter disponibilidade para ver 3 dos 115 concertos. Purcell e Bach, este último nas suites para violoncelo e com adaptações para piano. Gostaria também de ouvir os compositores portugueses do barroco, bem como os de vários outros países europeus da altura. Levanto este assunto não para entrar em confidências mas para chamar atenção para algo. Por incrível que pareça, houve alturas na História em que a Europa estava na vanguarda da criatividade, da iniciativa e da liberdade. Parece mentira, não é? Porque hoje em dia a Europa rasteja pelo chão, cobarde e amorfa, só se sustendo com ajuda externa na forma emigração, turismo, mas também o guarda-chuva militar norte-americano, que ainda liberta o velho continente de alguns encargos financeiros e, não menos importante, com a ajuda invisível de países como a Índia e a China, que ao invés de roubar postos de trabalho, inundam os mercados europeus de produtos mais baratos, evitando níveis brutais de inflação. Mas amanhã vou esquecer isto e apreciar algumas coisas boas que a Europa deu ao mundo.
25 DE ABRIL, A ILUSÃO CONTINUA
Recebo em c asa um programa de festas sobre o 25 de Abril. Uma autarquia comuna tinha de se esmerar, afinal. Jogos de damas e de chinquilho, mas lá pelo meio aparecem eventos (que de memória não consigo precisar) que metem resistentes anti-fascistas. Muito haveria para dizer sobre o assunto e nos últimos anos a cortina ideológica esquerdista foi-se atenuando e houve oportunidade para se ir lendo e escrevendo alguns artigos mais lúcidos sobre o assunto. Quer por falta de tempo e de grandes conhecimentos sobre a matéria, não o farei agora. Contudo, tenho que denunciar algo. Boa parte das pessoas que conheço vota, ou já votou, no Partido Comunista. Então não é que são estas mesmas pessoas que de forma cíclica oiço dizerem que isto só se endireita com outro Salazar? Os comunistas ainda não perceberam que a estima que tiveram e ainda têm por parte de algum eleitorado não se deveu à resistência “anti-fascista” mas sim por terem vendido uma ilusão paternalista, que não na forma mas no conteúdo promete voltar aos tempos do regime salazarista.
ROCK IN RIO, POR UM MUNDO MAIS HIPÓCRITA
Será que alguém acredita que alguns milhares de “xonos” reunidos para ouvir umas “cenas” e beber umas ”jolas” provoca algum acontecimento cósmico insólito que influenciará de forma decisiva os acontecimentos do mundo? Irá isto resolver os problemas energéticos, o terrorismo, o nuclear iraniano ou a fome em África? Será que alguns dos organizadores, que defendem o slogan “Para um mundo melhor”, alguma vez pensou 2 minutos (ler propaganda não conta como pensar…) sobre a origem dos problemas? Será que alguma vez lhes veio à mente que as iniciativas angariadoras de fundos, tanto ao seu gosto (não sei se o Rock in Rio é desse género) servem apenas para alimentar elites corruptas? Se o slogan fosse “Rock in Rio, para acabar com a PAC” ainda apoiava.
Ainda por cima, será que um slogan tão ingénuo vai cativar mais pessoas? É preciso justificar o evento com uma nobre causa, como se uns quantos concertos de música “ligeira” só por si fossem algo condenável? Penso até que esta arrogância toda à volta do Rock in Rio faz até abafar alguns méritos musicais que o evento tem. O mais positivo em tudo isto é que 99% das pessoas que vão estar presentes não ligam nenhuma para esta questão e só querem mesmo é divertir-se.
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