Sabedoria europeia
A Europa continua na vanguarda do bom senso, que tão bem soube por em prática quando deu origem a duas guerras mundiais e na criação e expansão das 3 ideologias totalitárias mais relevantes (comunismo, nazismo e fascismo). Agora a Europa mostra como se deve lidar com uma potência em expansão, como a China.
Por um lado, tentamos por todos os meios impedir que eles nos dêem o melhor que têm, que são os seus produtos, cada vez com mais qualidade e a preços imbatíveis. Sempre se consegue atrasar um pouco o desenvolvimento económico chinês (e o nosso já agora, mas gostamos de ser solidários) e, consequentemente, adiar também uma mudança para um regime livre. Mas para consolidar as pretensões imperialistas que o regime chinês ainda alberga, tão bem demonstradas recentemente pelas posições hostis em relação à Formosa, a Europa disponibiliza-se para vender armas ao desprotegido exército chinês, que não pode ir ao embate contra Taiwan assim de mãos vazias.
José Sócrates saúda o trabalho de Durão Barroso, o que é um bom indício da excelência do trabalho deste último na presidência da Comissão Europeia. Barroso relança a estratégia de Lisboa (um novo leit motiv europeu, que faz lembrar aquele dito dos salazaristas saudosistas que afirmavam que “Angola ainda há-de voltar a ser nossa”). Os países “grandes” dão o seu contributo para tal, exterminando o Pacto de Estabilidade e Crescimento, e por cá soltam-se foguetes, porque, enfim, precisamos por acaso de ter estabilidade e crescer?
Mas a Europa tem o seu modelo social, e isso não se discute. Temos o nosso modelo social xenófobo, que admite estrangeiros para realizar trabalhos menores (ficando devidamente acondicionados em guetos) e nada de misturas. O modelo de castas, a casta dos que produzem e a casta dos que recebem, quase tão numerosa como a anterior, que visto assim também se podia chamar de modelo social parasita ou modelo social semi-escravo.
Finalmente, a Europa é a reserva moral do mundo. O que seria deste planeta sem a inspiração niilista europeia, sem o nosso relativismo absoluto? Estaríamos perdidos sem estas armas, pois caso contrário teríamos de assumir responsabilidades, fazer escolhas. Assim é muito melhor podermos estar num imobilismo constante, criticando facilmente os outros, porque afinal, não há bem nem mal, todos somos iguais e o terrorista não é pior pessoa que qualquer um de nós.
MC
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