Eleições e xadrez
Bem sabemos que o resultado de umas eleições depende de múltiplos factores. Estão tanto envolvidos os méritos como os deméritos e, sendo umas eleições de carácter municipal, factores locais podem ser preponderantes. É fácil supor que o PS tenha sido penalizado por ser governo e por estar a ameaçar tomar umas tímidas medidas de contenção, tal como tinha acontecido há 4 anos atrás com a coligação PSD/CDS.
Ouvi um dirigente do PS, não posso precisar qual, queixar-se que a oposição até concorda que são necessárias medidas difíceis, mas no concreto estão sempre contra. Eu acho que sempre é alguma coisa, porque o PS quando foi oposição sempre esteve contra as medidas, tanto no geral como no concreto, e alguns dos seus burgessos ainda vieram com o papão de que era a volta do fascismo. Se o PS tivesse feito uma oposição minimamente responsável talvez agora não estivesse na situação que está, mas estes senhores parecem nunca terem ouvido falar de Karma… ou simplesmente que se atirarem algo para o ar, mais tarde ou mais cedo, essa coisa irá cair, talvez em cima.
Mas chega de apartes esotéricos. O que me motivou a escrever este post foi lançar aqui uma explicação extra (ainda não li qualquer blog depois das primeiras projecções) na esperança de ser o primeiro a fazê-lo e, quem sabe, chamar atenção de algum caçador de talentos que me proponha um contrato... o que me pergunto é se as escolhas de Marques Mendes, de afastar Isaltino Morais e Valentim Loureiro foram jogadas falhadas ou não. Olhando simplesmente para os resultados dos municípios em questão, diríamos que sim. Contudo, estas manobras de visibilidade nacional não terão tido influência em outros locais? Posto de outra forma, será que Gondomar e Oeiras foram peões sacrificados pelo PSD para conseguir tomar peças de maior importância? Se fosse dirigente partidário, seria isto que a minha mente maquiavélica pensaria. Não vamos afastar os corruptos porque eles são corruptos mas sim porque estamos a dar uma mensagem de seriedade. Os grunhos locais irão votar nestas aventesmas à mesma, coitados, espíritos mortiços à procura de um pai. O resto do país, de forma inconfessa irá admirar o acto, quem sabe dar o voto.
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