Porque razão não sou liberal
Porque, como em tantas coisas, ser liberal não é para quem quer mas para quem pode. O liberalismo não é intuitivo, não está nos nossos genes, ao contrário de teorias totalitárias que “querem” impor a felicidade pela coerção total ou pela fraternidade utópica, que derivam directamente da evolução da humanidade em “matilha”. O liberalismo foi coligido a partir de experiências com um mundo novo, em mudança, em que as relações entre desconhecidos passam a ser a dominante, e em que deixa de ser possível controlar tudo ou mesmo parte significativa das coisas.
Sendo relativamente fácil decorar os princípios do liberalismo, apreende-los é bastante mais complicado. Conseguir raciocinar com uma lógica liberal implica ganhar uma segunda natureza, porque a nossa tendência original é achar que soluções socialistas ou fascistas resolvem o assunto. Muito fácil é cair em contradição, dar uma importância excessiva à propriedade privada, ou avaliar mal as questões da liberdade, fazendo do liberalismo uma coisa sentimental, traindo aquilo que ele é. Defender o liberalismo como solução para tudo, quando muitos problemas não têm solução ou quando o liberalismo, ao invés da solução, é apenas o menor dos males. E também, cair na tentação de achar que o liberalismo é uma teoria fechada e não pode ser revista ou sujeita a novos desenvolvimentos.
Por tudo isto e mais uns quantos argumentos que se lhe podiam juntar, nunca me poderia auto-denominar liberal quando a meu domínio do raciocínio em causa é ainda tão vago e as tentações em que posso cair tão grandes.
MC
1 Comments:
Tenho para mim, de que a liberdade individual, é o factor mais importante em cada um de nós. Sermos senhores das nossas escolhas e, da forma como queremos estar em sociedade é um direito de que eu nunca abdicarei!
Venha quem vier, pode governar o País, mas não me governa a mim...
Abraço...;)
http://eternamentemenina.blogs.sapo.pt/
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