Responsabilidade política
Miguel Rão Vieira, por mail, questiona:
“Gostaria de saber se podiam publicar algo que explicasse o que é a responsabilidade política. O senhor Jorge Coelho quando a ponte caiu assumiu a responsabilidade politica, no entanto uns anos depois e feita a barba, parece que está de volta! Expliquem-me por favor porque não consigo perceber o que é!”
Também eu gostaria de saber o que é isso de responsabilidade política. Para mim, responsabilidade é uma palavra que não necessita de mais qualificativos. Até porque acho que a demissão de Jorge Coelho (JC) foi um acto de uma grande irresponsabilidade, mas não só dele como de toda a oposição que achou que foi um acto de grande dignidade. Mas JC não fez nenhuma travessia no deserto porque foi o homem forte do aparelho partidário, o principal responsável para escolher os piores autarcas que este país já viu.
Mas havia razões para JC assumir responsabilidades? Ora assumem-se responsabilidades quando algo falhou por acções erradas, danosas, negligentes ou por omissão. JC mal tinha aquecido a pasta das obras públicas, nada disto lhe podia ser imputado. Ainda me lembro que JC mencionou este ponto, mas justificou a sua demissão porque ele estava não só a sua responsabilidade pessoal mas também a de todos os anteriores detentores da pasta. Palavras belas mas completamente inconsequentes. Lembro-me de Paulo Portas ter elogiado o acto, como se abdicar de um cargo de ministro fosse um sacrifício sem igual.
Quanto a mim tudo isto não passou de uma forma de não enfrentar o problema nem apurar responsabilidades. Um acto responsável seria assumir um compromisso com os portugueses para verificação de todas as obras públicas que estavam em mau estado e que poderiam provocar acidentes e ficar no lugar para, aí sim, poder ser responsabilizado de verdade caso algo acontecesse. Mas a verdade é que ninguém espera ver actos responsáveis. Os portugueses assistem, inertes, ao anúncio de obras megalómanas enquanto as reformas urgentes não se pensam fazer.
“Gostaria de saber se podiam publicar algo que explicasse o que é a responsabilidade política. O senhor Jorge Coelho quando a ponte caiu assumiu a responsabilidade politica, no entanto uns anos depois e feita a barba, parece que está de volta! Expliquem-me por favor porque não consigo perceber o que é!”
Também eu gostaria de saber o que é isso de responsabilidade política. Para mim, responsabilidade é uma palavra que não necessita de mais qualificativos. Até porque acho que a demissão de Jorge Coelho (JC) foi um acto de uma grande irresponsabilidade, mas não só dele como de toda a oposição que achou que foi um acto de grande dignidade. Mas JC não fez nenhuma travessia no deserto porque foi o homem forte do aparelho partidário, o principal responsável para escolher os piores autarcas que este país já viu.
Mas havia razões para JC assumir responsabilidades? Ora assumem-se responsabilidades quando algo falhou por acções erradas, danosas, negligentes ou por omissão. JC mal tinha aquecido a pasta das obras públicas, nada disto lhe podia ser imputado. Ainda me lembro que JC mencionou este ponto, mas justificou a sua demissão porque ele estava não só a sua responsabilidade pessoal mas também a de todos os anteriores detentores da pasta. Palavras belas mas completamente inconsequentes. Lembro-me de Paulo Portas ter elogiado o acto, como se abdicar de um cargo de ministro fosse um sacrifício sem igual.
Quanto a mim tudo isto não passou de uma forma de não enfrentar o problema nem apurar responsabilidades. Um acto responsável seria assumir um compromisso com os portugueses para verificação de todas as obras públicas que estavam em mau estado e que poderiam provocar acidentes e ficar no lugar para, aí sim, poder ser responsabilizado de verdade caso algo acontecesse. Mas a verdade é que ninguém espera ver actos responsáveis. Os portugueses assistem, inertes, ao anúncio de obras megalómanas enquanto as reformas urgentes não se pensam fazer.
MC
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