Salário mínimo, decência mínima
Se eu tivesse acesso à conta de Bill Gates, ainda teria sido mais altruista que ele, na doação que anunciou recentemente para combate à malária, segundo creio. A razão é simples. Não teria de me preocupar com as consequências, daria tudo até, não me iria importar, o dinheiro não é meu. Que validade teria esta minha acção? Doar o que não é nosso é caricato, um roubo, para ser mais claro. Alguns iriam regozijar por razões de inveja, mas não mais que isso.
Contudo, se o Estado faz o mesmo, com a subida do salário mínimo, parece haver uma aclamação geral, como se tivesse sido realizado um grande feito. Foram 3%, mas se a subida do salário mínimo é assim algo tão bom, porque não um aumento de 5% ou 10%? Pouco sei se economia (e do resto...), e sobre o salário mínimo sei apenas que se for demasiado elevado provoca desemprego e se for demasiado baixo não serve para nada. Percebo que a sua existência provoque algum conforto psicológico, pelo que a sua abolição sumária seria mal vista. Contudo, o nosso país não sai da cepa torta por estar constantemente apegado a ilusões como esta.
Numa altura em que se crítica um candidato presidencial por saber de economia, eu penso que nada seria mais importante que os portugueses entranharem uns poucos conhecimentos da dita área. Perceber que não há almoços grátis, não há eucação gratuíta, saúde gratuíta, auto-estradas gratuitas, que tudo se paga de uma forma ou de outra. Perceber que não se pode distribuir riqueza quando se tomam medidas que inviabilizam a sua criação. Perceber que o que há que explicar é a razão de existir riqueza e não de pobreza. Perceber que intervir no mercado tem quase sempre consequências opostas das almejadas inicialmente.
Contudo, se o Estado faz o mesmo, com a subida do salário mínimo, parece haver uma aclamação geral, como se tivesse sido realizado um grande feito. Foram 3%, mas se a subida do salário mínimo é assim algo tão bom, porque não um aumento de 5% ou 10%? Pouco sei se economia (e do resto...), e sobre o salário mínimo sei apenas que se for demasiado elevado provoca desemprego e se for demasiado baixo não serve para nada. Percebo que a sua existência provoque algum conforto psicológico, pelo que a sua abolição sumária seria mal vista. Contudo, o nosso país não sai da cepa torta por estar constantemente apegado a ilusões como esta.
Numa altura em que se crítica um candidato presidencial por saber de economia, eu penso que nada seria mais importante que os portugueses entranharem uns poucos conhecimentos da dita área. Perceber que não há almoços grátis, não há eucação gratuíta, saúde gratuíta, auto-estradas gratuitas, que tudo se paga de uma forma ou de outra. Perceber que não se pode distribuir riqueza quando se tomam medidas que inviabilizam a sua criação. Perceber que o que há que explicar é a razão de existir riqueza e não de pobreza. Perceber que intervir no mercado tem quase sempre consequências opostas das almejadas inicialmente.
Com 3 ou 4 destes princípios entranhados, os potugueses aprenderiam a desconfiar dos governos que anunciam medidas altruistas, dos sindicatos que fazem propostar irrealistas ou de cartazes do bloco que pedem uma persiguição aos ricos. A ignorância leva as pessoas a darem sempre tiros no pé.
MC
<< Home