A Escolha de Jorge Nuno
A 23 de Junho de 2004, Luigi del Neri foi apresentado nas Antas como o novo treinador do F. C. Porto. Na altura, Pinto da Costa, presidente da colectividade, fez as seguintes declarações sobre a contratação do técnico italiano:
«Ninguém me aconselhou. Foi uma escolha minha. Falei com alguns amigos do AC Milan, da Juventus e do Inter e, quando lhes perguntei qual era o melhor treinador italiano, todos, sem excepção, me apontaram o nome de Luigi Del Neri»…«Falámos sobre a filosofia e conceitos do FC Porto e ele demonstrou que conhecia bem o clube. Ao fim de duas ou três horas, tive a certeza que falava com o novo treinador do FC Porto. Estamos sintonizados sobre aquilo que queremos»
Na madrugada de Sábado Luigi Del Neri foi subitamente afastado do comando técnico da equipa, a cerca de duas semanas do início oficial da época futebolística. Não vou comentar sobre os méritos da decisão pois não tenho dados suficientes para me pronunciar. Já o tratamento que os meios de comunicação social em geral deram à notícia merece algumas considerações. A saída de Del Neri foi apresentada durante os vários telejornais a meio do segmento desportivo, nalguns até depois de notícias menores sobre os treinos do Sport Lisboa e Benfica . Aquando da sua apresentação, esta informação foi transmitida num tom formal e sem comentários, contrastando com aquilo que é o padrão na televisão portuguesa. Foi-lhe dado o mesmo tratamento que seria dado a algo do género “Director de Marketing da Transgás afastado”. Como se fosse muito natural uma equipa profissional, campeã europeia de futebol, dispensar o treinador a poucos dias do início das competições. Não encontrei na imprensa desportiva ou geral artigos de opinião e editoriais encartados sobre esta repentina saída.
Não é difícil imaginar qual seria o tratamento noticioso se os técnicos do S. L. Benfica ou do Sporting tivessem tido o mesmo destino. Quantas “notícias” surgiriam dando conta da instabilidade no balneário, da falta de condições de trabalho, da inépcia e inabilidade dos dirigentes para lidarem com o competente treinador? Quantos editoriais e comentários com soluções de algibeira e críticas ferozes à falta de visão estratégica e amadorismo?
A dualidade com que a imprensa portuguesa trata Pinto da Costa e por acréscimo o F. C. Porto e os seus concorrentes é por demais evidente, sendo apenas a saída de Del Neri o episódio mais visível por estes dias. Quando Pinto da Costa acerta, é um homem de visão que revoluciona o futebol nacional. Quando erra, como errou já muitas vezes, parece ter estatuto de inimputável.
JPE
«Ninguém me aconselhou. Foi uma escolha minha. Falei com alguns amigos do AC Milan, da Juventus e do Inter e, quando lhes perguntei qual era o melhor treinador italiano, todos, sem excepção, me apontaram o nome de Luigi Del Neri»…«Falámos sobre a filosofia e conceitos do FC Porto e ele demonstrou que conhecia bem o clube. Ao fim de duas ou três horas, tive a certeza que falava com o novo treinador do FC Porto. Estamos sintonizados sobre aquilo que queremos»
Na madrugada de Sábado Luigi Del Neri foi subitamente afastado do comando técnico da equipa, a cerca de duas semanas do início oficial da época futebolística. Não vou comentar sobre os méritos da decisão pois não tenho dados suficientes para me pronunciar. Já o tratamento que os meios de comunicação social em geral deram à notícia merece algumas considerações. A saída de Del Neri foi apresentada durante os vários telejornais a meio do segmento desportivo, nalguns até depois de notícias menores sobre os treinos do Sport Lisboa e Benfica . Aquando da sua apresentação, esta informação foi transmitida num tom formal e sem comentários, contrastando com aquilo que é o padrão na televisão portuguesa. Foi-lhe dado o mesmo tratamento que seria dado a algo do género “Director de Marketing da Transgás afastado”. Como se fosse muito natural uma equipa profissional, campeã europeia de futebol, dispensar o treinador a poucos dias do início das competições. Não encontrei na imprensa desportiva ou geral artigos de opinião e editoriais encartados sobre esta repentina saída.
Não é difícil imaginar qual seria o tratamento noticioso se os técnicos do S. L. Benfica ou do Sporting tivessem tido o mesmo destino. Quantas “notícias” surgiriam dando conta da instabilidade no balneário, da falta de condições de trabalho, da inépcia e inabilidade dos dirigentes para lidarem com o competente treinador? Quantos editoriais e comentários com soluções de algibeira e críticas ferozes à falta de visão estratégica e amadorismo?
A dualidade com que a imprensa portuguesa trata Pinto da Costa e por acréscimo o F. C. Porto e os seus concorrentes é por demais evidente, sendo apenas a saída de Del Neri o episódio mais visível por estes dias. Quando Pinto da Costa acerta, é um homem de visão que revoluciona o futebol nacional. Quando erra, como errou já muitas vezes, parece ter estatuto de inimputável.
JPE
2 Comments:
De facto, fiquei admirado por a notícia não aparecer mais cedo nos alinhamentos dos telejornais de Sábado...
Parabénsa todos pelo novo blog.
Pois deve ser por causa disso que o FCP ganhou o que ganhou nos últimos 20 anos...
Em relação aos "outros" e a dualidades, re-lembro que Vitor Baia qd regressou ao FCP estava acabado. E então Mantorras não está? A lesão é identica. Como vêm, a dualidade não é unica so temas FCP...
De resto, no final de época, veremos se JNPC teve ou não razão... ;)
PS- Espero siceramente que Matorras recupere. É um jogador d egrande talento.
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